domingo, 18 de julho de 2010

MINHA SENHORA DE QUÊ


dona de quê

se na paisagem onde se projectam

pequenas asas deslumbrantes folhas

nem eu me projectei



se os versos apressados

me nascem sempre urgentes:

trabalhos de permeio refeições

doendo a consciência inusitada



dona de mim nem sou

se sintaxes trocadas

o mais das vezes nem minha intenção

se sentidos diversos ocultados

nem do oculto nascem

(poética do Hades quem mdera!)



Dona de nada senhora nem

de mim: imitações de medo

os meus infernos

ANA LUÍSA AMARAL

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